O início

Bom, eu decidi escrever esse blog por vários motivos:

1. Pouca coisa no Brasil ensinando e incentivando as pessoas a usarem menos pláticos e a produzirem menos lixo; pelo menos não tenho ouvido as pessoas falarem.
2. Porque eu quero contar minha experiência nesse processo.
3. Para incentivar e encorajar, porque não é fácil.
4. Porque eu penso que está na hora de mudar de verdade e parar com a conversa de que "eu separo o lixo" e achar que já é suficiente.

Como eu disse, é um processo. Não dá para pessoa começar imediatamente a parar de comprar e utilizar plástico hoje e amanhã ja não produzir mais nenhum lixo. Me desculpe mas não dá. Simplesmente não dá.

É um processo de educação e conscientização. É um novo estilo de vida a ser adotado, que como eu, vai muito além do que apenas deixar de consumir alguns produtos. Eu vou contar aqui como tudo começou.

Eu até esse ano de 2019 nunca tinha parado para pensar eu ia querer parar de produzir lixo; apesar de que alguns anos atrás eu vi um video, dever ter sido no Facebook de uma menina australiana (se pa eu tenho ela no meu instagram!) que dentro de um mês ela produziu uma mason jar de aproximadamente 300ml de lixo seco. Nunca esqueci. Me perguntei como foi possível. Não fazia ideia. Quando mudamos aqui para os Estados Unidos, eu e meu marido Juan, eu comecei a observar o tanto de lixo seco que produzíamos.  Muito mesmo. muitas caixas e plásticos. Mas, na minha cabeça dizia... vai ser reciclado, o que nem sempre é. Depois eu descobri que NYC é uma das cidades que mais produzem lixo no mundo! O incômodo foi crescendo.
Matéria do EL País 2016
Brasil entre os maiores produtores de lixo
Brasil 4° produtor de lixo
 Ministerio do Meio Ambiente informa

Enfim...
Quem me conhece sabe que eu tenho fibromialgia. E viver com fibromialgia é um desafio diário. Principalmente em relação a alimentação. Mesmo sendo nutricionista de formação, não foi fácil chegar a decisão de ser vegetariana.

Conheci alguns vegetarianos legais, e aprendi que é possível viver sem carne ao longo da minha vida. Mas, por muito tempo eu não estava preparada, ou não tinha razões acumuladas suficientes para me fazer deixar de comer carne.
Dai, em NYC, como no supermercado que a gente ia fazer nossas compras tinha várias opções de coisas, eu comecei a fazer testes. Passada uma semana ou um mês sem glutén, ou alguns dias só com vegetais, outros dias, com outro tipo de dieta. Até que um dia eu resolvi fazer uma dieta a base de proteína animal, e foi a pior decisão da minha vida.

Eu digo isso com toda tranquilidade, porque eu senti nos músculos. Eu estava me achando gorda, daí eu decidi destar por 3 dias so comer proteína. Eu sabia dos riscos, ou pelo menos alguns dos riscos. Eu não estava obesa e desesperada para emagrecer, eu queria testar a dieta. Começamos numa sexta-feira, pela manhã. Só proteína animal. Daí almoço, só proteína animal. E quando foi 3 horas da tarde, eu me vi deitada, prostrada, com uma febre de 39°C, com tanta dor no meu corpo, como se a fibromialgia tivesse se revoltado contra mim  me atacado com toda força. Eu falei pro Juan minha condição, e não era vírus, não era nada. Era a alimentação. Eu tinha certeza. Ele voltou correndo, comprou um anti-térmico, e eu voltei a comer carboidratos. A febre foi cedendo conforme a noite foi passando, e eu voltei a minha alimentação normal. Domingo eu estava bem. Sem febre e com a dor no meu nível basal.

Então eu percebi que quando os artigos científicos falam que a carne é pró-inflamatória, eu acredito 100%. Então, a partir daí eu diminui meu consumo, nosso consumo de carne. Não comia mais carne todos os dias. Fomos diminuindo aos poucos. Cortamos também aquelas fontes de açúcar desnecessários, como aqueles cereais em caixa (que por mais que digam integral e bla bla bla, tem mais açúcar que tudo no mundo).

E eu percebi o quão delicada é a minha saúde no sentido da alimentação. Percebi que quando exagero no pão, na pizza, e no glutén em geral, eu me sinto muito mais cansada e dolorida do que quando eu os evito. Então, eu consumo, mas agora em menor quantidade. Amo fazer pão! Prometo compartilhar também receitas de pão aqui.

Então, quando fomos perceber, estávamos comendo carne praticamente 1 vez por semana. Eu decidi que se viessemos morar na Califórnia, eu me tornaria vegetariana, principalmente por causa da minha saúde. Segundo, porque ao longo dessa jornada, a pessoa vai se informando que a produção de gado no mundo hoje é uma das que mais contamina o meio ambiente. O problema não é o gado, o problema é que tem muito gado em um só lugar. Eles consomem muita água, eles sujam a terra, a água e o ar. Eu tentei assistir aquele documentário que em inglês de chama Cowspiracy, mas não consegui. Uma parte já foi suficiente para me conscientizar do problema que nosso egoísmo causa no meio ambiente. Sem falar que eu não confio nas carnes que são produzidas aqui.
Aqui tem alguns links se você duvida:
Unisinos
eCycle
PUC-Campinas
Cowspiracy
Os impactos ambientais da Criação Bovina 2006 - UNICAMP

Sendo assim, não foi um choque deixar de comer carne, uma vez que além da minha condição física (que depois eu descobri que foi uma decisão acertada), também tinha a minha consciência ambiental, e cristã. Porque quem se diz Cristão e não se preocupa com o meio ambiente, melhor tomar cuidado por que está escrito em Apocalipse 11:18 "e destruir aqueles que destroem a terra". Existem outras partes que falam que devemos cuidar da terra, porque Deus nos deixou aqui como mordomos do que é Dele.
Mas enfim.

Então, tudo começou com primeiro uma mudança no meu estilo de alimentação. E conforme a pessoa procura saber o que é melhor para consumir, e aceita que comer melhor, de forma mais saudável, procurando lugares que enfatizam sua preocupação com o meio ambiente, como pequenos produtores e produtores orgânicos, sempre pensando no meio ambiente. Pode até ser mais caro, e digo é mais caro, infelizmente porque isso não incentiva. No entanto, não atrapalha a pessoa querer comer melhor. Sempre tem as feiras livres que geralmente são mais baratas e eu não sei se também vem de pequenos produtores. Mas, uma coisa é certa, quando a pessoa quer, a pessoa vai atras. Se pensar que vai ser um investimento e não um gasto desnecessário. Vou dizer, faz mais de um ano que eu não tenho uma gripe, nem uma crise de sinusite. Nem eu nem o Juan. Então, dinheiro com medicamentos também é uma coisa que não temos gastado muito.

Uma coisa leva a outra.


Um dia, ainda em NY, Juan decidiu comprar uma gilete, que não é gilete, à moda antiga para fazer a barba dele. E foi quando ele descobriu (eu acho que ele já sabia, mas nunca tinha encontrado no Brasil para comprar) que aquele gel que tem nessas gilettes de plástico é o que que causava alergia nele. Bom, conversamos sobre o assunto, e ele me convenceu que ia ser muito bom, primeiro porque ia economizar e ia produzir menos lixo! Super gostei da ideia, depois de uma ano mais ou menos, porque eu demorava muito a comprar essas giletes, e elas não me davam alergia, eu decidi que eu queria uma dessas para mim. Eu tinha medo de usar, achava que eu ia me cortar e tal, mas nunca aconteceu. Ainda vai fazer um ano que eu a tenho, e amo mesmo.


De fato, é uma economia. Nem sei quanto custa uma gilete de plástico em reais. Eu sei que as de homens costumam ser mais caras. Sem falar que a pessoa usa duas vezes e já não presta mais. O plástico não vai se degradar. Nem vão reutilizar. Não muda em absolutamente nada o uso da gilete de plático de marca, para o uso dessas daí.O que muda é a economia que a pessoa faz, não dá alergia, sai mais barata. O movimento que se faz para usar é o mesmo. Por que não?


Nesse processo, de observar lixo seco, eu também notei o tanto de absorvente que utilizamos, nós mulheres. Meu fluxo nem é tão grande, mas mesmo assim. Então, inventei de comprar um copinho menstrual. Usei uma vez, duas, e de repente o negócio ficou preso!!! Misericórdia! Detalhes a parte, não precisei ir ao hospital não. Abandonei o copinho, começei a comprar absorvente organico de algodão. Mas eu não estava feliz. Passei um ano mais ou menos nessa luta de procurar alternativas. Dai, decidi esse ano testar o copinho outra vez, com mais boa vontade e paciência. É tudo uma questão de jeito e prática. Dai, quebrou. Comprei outro, e também descobri que existem uns absorventes, que não são internos, mas que são ecológicos e funcionam, e são reutilizáveis. Depois de lavar, obviamente. Que super valem a pena. Existe para todo tipo de fluxo e tamanho também. Assim como já existem fraldas para bebê desse mesmo material.


Bom, há quem vai dizer que deve ser sujo, nojento etc. Eu realmente não vejo assim. Eu penso que além de ser ecológico, é um investimento econômico. Ambos não dão alergia, podem ser caros para começo, mas lembrar que só compra uma vez e daí que vai comprar outro já passou mais de um ano de uso. Essa parte cinza é legal, que é a parte feita de carvão, não sei que material é esse exatamente mas eu vou procurar saber, e colocarei aqui. As pessoas que utilizam esse tipo de absorvente, a maioria delas preferem colocar na máquina (com água fria) junto com todas as roupas, e dai já sai limpo, pronto para serem utilizados outra vez.

Para dizer que não existe no Brasil, existe.
Mercado livre
Marifraldas
Gigi fraldas

Pior que eu não estou ganhando nada com essa propaganda aí. Mas, é pelo meio ambiente. Quem sabe, se as pessoas se interessarem pelo conteúdo, eu começo a ganhar dinheiro com esse blog.

Olhando bem esses site brasileiros, esses caras não perdem temmpo para explorar o consumidor. Nós mulheres que dependemos desses materiais para viver praticamente, exploram mesmo. No Amazon.com  acha esse tipo de produto bem mais barato, mas eu não saberia dizer que comprar no amazon.com vai entrar no Brasil. Em todo caso, deixarei o link aqui de várias opções
Amazon.com


Por isso, eu e Juan decidimos que vamos começar o processe de Desplatificação e lixo zero na nossa casa. Mais uma razão para escrever esse blog é que, obviamente eu gostaria que mais pessoas pudessem se juntar a causa. Como eu disse no começo, não precisa ser imadiato e de uma vez só, mas pe preciso começar em algum lugar. Seja nas sacolas plásticas, todas elas. Seja de lojas de roupas, seja de supermercados; andar sempre com uma bolsa de pano para eventualidades. Não pesa e quase não toma espaço. Bolsa de mulher sempre cabe mais uma coisinha. Começar pequeno, e aos pouco, eu espero que sinta a necessidade fazer mais, de mudar mais. De sempre querer dá o próximo passo.

Aguardem o proximo post onde eu vou compartilhar como eu tenho lavado meus cabelos por aqui.
Aproveita para passar no:
Devocional para as amigas



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